Desembargador diz que Hackers que atacaram Moro tiveram apoio financeiro de alguém, com a intenção de colocar dúvidas na atuação do então juiz federal e procuradores da Lava Jato.

O desembargador e relator da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, Abel Gomes, disse me entrevista à Crusoé nesta sexta-feira (20), que os ataques às autoridades do governo e o ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.

Sobre as mensagens roubadas pelos hackers e divulgadas pelo site The Intercept Brasil, Abel Gomes disse que em sua opinião essa foi uma ação orquestrada para “assassinar reputações”.

“Ao meu ver foi uma ação previamente planejada e conjugada, que contou com apoio financeiro de alguém, com receptáculo pronto para dar a divulgação do que se conseguisse violar apoio jurídico para os autores da violação e da publicação do conteúdo violado naquilo que viesse a sofrer de revés. E também,claro, de alguma forma legitimar aquelas ações criminosas” disse o relator da Lava Jato no Rio.

Segundo Abel, “Nada aconteceu por acaso. Partiram das suas seguintes hipóteses: apostaram que as autoridades violadas se comunicavam entre si e com terceiros, que poderiam tirar proveito disso para divulgar trechos seletivos que pudessem suscitar a desconstrução da lisura de suas atuações funcionais; ou, o que é mais grave, tiveram informações fornecidas por alguém de dentro das instituições de que algumas dessas autoridades mantinham contatos entre si diretamente ou em grupos de aplicativos”.

Além disso, “O objetivo dessa trama criminosa, a meu ver, seria assassinar reputações, colocar dúvidas as atuações dessas autoridades, afetar as investigações e processos penais na Operação Lava Jato e bisbilhotar o processo político que estava em curso no período em que ocorreram as interceptações”.

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