Doria e Bruno Covas se desentendem sobre reabertura da economia e tensão aumenta entre os tucanos.

A relação entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), está cada vez mais estremecida, diante das divergências em relação as medidas adotadas diante da pandemia do novo coronavírus.

Para membros da gestão municipal, a condução da cidade durante pandemia, sob comando do prefeito Bruno Covas, tem sido ofuscada pela projeção da imagem do governador João Doria.

João Doria, após sofrer fortemente, com a pressão de prefeitos das cidade da região Metropolitana de São Paulo, o governador resolveu ceder e anunciou nesta sexta-feira (29), mudanças no plano de reabertura gradativa da economia do Estado, em meio a pandemia do novo coronavírus.

Com as mudanças, algumas cidades poderão reabrir gradativamente, alguns setores do comércio a partir do mês que vem. Agora, as cidades terão que se dividir em microrregiões e apresentar seus próprios planos de reabertura, por fases, seguindo os moldes daquele divulgado pelo governo estadual. Depois disso, poderão avançar para as fases seguintes da reabertura, dependendo dos projetos e dos dados de cada uma delas.

O governador nega que tenha cedido as pressões políticas, devido ao seu projeto de poder, voltada para as eleições de 2022.

“Isso foi feito não para afrouxar [medidas], mas para ajustar. Aqui não tem pressão, mas diálogo” afirmou Doria.

Assim o Estado de São Paulo vai reabrindo cada vez mais, mesmo tendo registrado ontem, o recorde diário no número de infectados pela Covid-19.

Doria e Bruno Covas se desentendem sobre reabertura da economia e tensão aumenta entre os tucanos

Para aliados de Bruno Covas, pelo fato de João Doria ter pretensão nas eleições de 2022, ele acaba esquecendo que seu aliado Bruno Covas, quer tentar a reeleição à Prefeitura de São Paulo neste ano.

Bruno Covas não pretende ceder, e tem negado a reabertura gradual, ou a flexibilização da quarentena na capital. Uma preocupação adicional da equipe de Covas têm sido, por exemplo, a divulgação deles, antes que isso seja feita pelo governador.

A relação dos dois chegou a um ponto baixo nos últimos dias, devido as negociações sobre a flexibilização da quarentena, no plano apresentado pelo governo de São Paulo, como mostrou o Jornal Folha de São Paulo.

Inicialmente, o governo do Estado pretendia incluir a capital no grupo de municípios da chamada “área vermelha”, sobre qual incidem as regras mais rigorosas, sem aberturas. Após reação de Covas, São Paulo foi colocada na zona laranja e terá a permissão para reabrir shoppings e lojas de rua.

Na avaliação dos tucanos da capital Paulista, Bruno Covas é prejudicado quando Doria cita publicamente os projetos municipais de enfrentamento a COVID-19, com referências tímidas ao prefeito, com isso, argumentam que o governador tem se aproveitado das ações que são principalmente do município.

O apoio financeiro do estado, também tem sido uma das fortes queixas da gestão Bruno Covas, o que ainda piora a equação.

Dessa forma, avaliam que, Covas fica com o ônus dos gastos e investimentos e sem bônus, dos quais depende para continuar por mais quatro anos.

Publicamente, os dois tem sido cordiais e respeitosos um para com o outro, mas nos bastidores, a briga está quente.

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